Evento marcado para sexta-feira (29) exige cuidados que vão além dos preços maquiados
Quer sair ganhando na próxima Black Friday? Então prepare-se: a maquiagem de preços que o comércio eletrônico promete fiscalizar com rigor em 2013 não é o único perigo para o bolso do consumidor. O evento que começa às 0h da próxima sexta-feira (29) e termina depois de 24 horas pode causar dor de cabeça se faltar cautela.
Embora os descontos de até 80% sejam tentadores, eles podem motivar compras por impulso e até a aquisição de produtos desnecessários. Este ano, a data vai coincidir com o dia do pagamento da primeira parcela do 13º salário para muitos empregados (que pode ser antecipada do dia 30 para sexta-feira, por cair num sábado).
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Com dinheiro extra no bolso, a falta de planejamento financeiro também pode levar adívidas fora de controle , num período que antecede as festas de fim de ano e as despesas com impostos em janeiro de 2014.
O consumidor também pode enfrentar lentidão e problemas de acesso nos sites das lojas participantes, devido ao grande volume de acessos. Produtos fora de estoque e demora na entrega são outros possíveis problemas decorrentes do grande volume de vendas.
Inspirada na tradicional liquidação que antecede o dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, a versão brasileira da Black Friday 2013 estima gerar R$ 340 milhões em vendas – um aumento de 50% em relação ao ano anterior, segundo cálculo da ClearSale. A previsão é de que, em 24 horas, sejam feitos 850 mil pedidos pela internet por meio das 120 lojas participantes.
Confira dicas para fugir de encrencas e se beneficiar com as ofertas do evento:
1 – Compare o histórico de preços
Uma startup acelerada pela StartYouUP criou, especialmente para o evento, o aplicativo Baixou Agora , que mostra o histórico das dez últimas atualizações de preços do produto pesquisado. Ele pode ser instalado gratuitamente no navegador e verifica mudanças do valor de hora em hora. “A grande vantagem é a possibilidade de conferir se o desconto é verdadeiro pelo gráfico de preços. Assim é praticamente impossível uma loja maquiar o preço”, afirma o desenvolvedor do aplicativo, Patrick Nogueira. O serviço monitora 30 grandes varejistas e algumas lojas especializadas. Além disso, o serviço avisa por e-mail ou SMS quando determinado produto atingir o preço desejado pelo consumidor. “Esperamos atrair entre 50 mil e 70 mil usuários durante a Black Friday”, estima Nogueira.
2 – Pesquise fora dos horários de pico
Os horários de maior acesso aos descontos da Black Friday, de acordo o Busca Descontos, organizador do evento desde sua primeira edição, acontecem nas duas primeiras horas da promoção, entre 0h e 2h. Outro horário que pode apresentar congestionamento de acessos é por volta do almoço, entre 12h e 14h. Tentar o acesso em outros momentos é a melhor forma de evitar lentidão ou queda no sistema devido à grande quantidade de visitantes.
3 – Identifique as promoções oficiais
Segundo o idealizador da Black Friday no Brasil, Pedro Eugênio, nas edições anteriores algumas lojas aproveitaram a data para oferecer descontos sem consultar a organização oficial do evento. No site da ação , será possível distinguir as ofertas das 120 lojas virtuais que participam este ano. Os descontos publicados no endereço, garante Eugênio, passarão por um filtro que compara a média histórica dos preços. “Se houver discrepâncias, a oferta será barrada automaticamente”, diz o executivo.
4 – Organize suas finanças
Antes de sair comprando de tudo só porque o preço está bom, a recomendação é revisar seu orçamento para evitar gastos desnecessários e dívidas fora de controle. Uma forma simples de fazer isso é colocar no papel todas as despesas essenciais do mês – aquelas que não podem ser adiadas, como aluguel e conta de luz – e depois a receita (dinheiro que vai entrar na conta no mesmo período). Subtraia as despesas da receita e, com o dinheiro que sobrar, planeje o que você pode gastar na Black Friday. Se for receber a primeira parcela do 13º salário , considere o quanto deseja destinar para a promoção. Evite parcelar as compras no cartão de crédito, mas se não houver outro jeito, calcule os juros para saber se vão caber no bolso. Não esqueça que o período antecede as festas de fim de ano e os gastos de janeiro, que costumam ser pesados.
5 – Faça uma lista do que pretende comprar
Você já sabe quais produtos deseja comprar na Black Friday? “Não é bom cair de paraquedas nas promoções”, alerta a especialista em marketing digital e mestre em comportamento do consumidor pela UCLA-USA, Fátima Bana. Para ela, o ideal é fazer uma lista com os itens que vai adquirir e checar o preço em várias lojas dias antes da data. A ocasião também é ideal para antecipar as compras de Natal. Fazer a lista dos presentes sabendo previamente os preços ajuda a tomar a melhor decisão na hora da compra.
6 – Use cartão pré-pago para limitar os gastos
A vantagem de carregar um cartão pré-pago para as compras da Black Friday é o controle das despesas. Com ele, você determina um limite do que pode gastar e foge das armadilhas do cartão de crédito, como os altos juros do rotativo. Diversos bancos e corretoras oferecem o produto e permitem carregá-lo em moeda nacional. É possível usá-lo normalmente em compras virtuais com as bandeiras mais comuns no mercado, como Visa e Mastercard. Consulte as condições com o banco. Estes cartões costumam cobrar IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 0,38% sobre o total das compras.
7 – Encontrou problemas? Denuncie
No ano passado, a Black Friday recebeu cerca de oito mil denúncias no site Reclame Aqui , especializado em queixas contra empresas. Este ano, haverá uma equipe de plantão no site e nas redes sociais para avaliar as queixas, inclusive durante a madrugada. Lá será possível encontrar a lista de todas as lojas participantes e o link de cada uma para fazer denúncias. O ranking das empresas mais reclamadas também será atualizado em tempo real. Se preferir, também é possível reclamar nos Procons de sua cidade.
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Com informações: economia.ig